viernes, 8 de junio de 2012

PATRIMONIO GEOLOGICO PORTUGUES
GEOCONSERVACAO GEOTURISMO



Nieto (2002) define que o património geológico representa todos aqueles recursos, não renováveis, incluindo formações rochosas, estruturas e pacotes sedimentares, forma de relevo e paisagens, jazimentos minerais e/ou cientifico, cultural ou recreativo. Assim sendo, a definição do património geológico de uma região não e um trabalho puramente descritivo, mas e fruto de um levantamento geológico exaustivo da área, seguido da valorização e comparação com dados similares de outros locais. A partir desta comparação, poderá se avaliar o caracter local regional ou global do património catalogado
Diante disto, a inventariação da geodiversidade de um determinado sítio constitui o primeiro passo para a definição do seu património geológico, que devera ser o objecto da geoconservação.
Apesar da área emersa do território português ser relativamente reduzida é grande a sua diversidade geológica (geodiversidade) e pode ser caracteriza nos seguintes conjuntos:
Ø  As bacias sedimentarem mesozóicas (Lusitânica e Algarve), onde se depositaram calcários, margas e arenitos, de ambientes marinhos de plataforma a fluviais, excepcionalmente fossilíferas, tendo nomeadamente revelado uma grande riqueza em fosseis de dinossauro (ossos e pegadas). De salientar também, os fenómenos cársicos que se observam regiões calcarias, e que se deveram durante o quaternário.
Ø  Os 3 maciços magmáticos do final do Cretácico Sintra, Sines e Monchique, cuja instalação foi acompanhada por intenso vulcanismo sub – aéreo (Lisboa).
Ø  As formas dunares, moveis e consolidadas, terraços marinhos e fluviais, aluviões e areias de praia do Quaternário, bem como vestígios da glaciação Wurm( Serras da Estrela e Gerês).
Ø   O Soco antigo, constituído essencialmente por rochas quer magmáticas, em especial granitos, quer metassedimentares, do precambrico Superior ao carbónico, profundamente afectadas pela Orogenia Hercínia.
Ø  As bacias cenozóicas do Tejo e Sado, de fáceis marinham a continentais, por vezes com ricas faunas de vertebrados.
O inventariado do património geológico português deu-se com a elaboração, por parte da Associação Portuguesa e da Liga para a Protecção da Natureza, do projecto “ Património Geológico de Excepcional Interesse de Portugal”, que teve como principal objectivo, reunir informações dispersas por Serviços Centrais e Universidades, tratando-as de forma coerente e visando a proposta de classificação. O trabalho foi levado adiante pelo Instituto de Geoconservação da natureza (IGN), que em colaboração com Instituto Geológico e Mineiro (IGM), iniciou a divulgação do Património Geológico que ocorre em espaços protegidos.
Actualmente verifica se uma tendência internacional de crescimento da importância dada a Geoconservação. Esta surge na recomendação do conselho da Europa sobre a Conservação do património Geológico e de áreas de especial interesse geológico (Recommendation Rec (2004) 3 – on conservation of the geological heritage and áreas of special geological interest in Brilha 2005).
            O Património Geológico (PG) Português tem vindo gradualmente a adquirir um determinado estatuto no contexto nacional, através do seu conhecimento, divulgação e valorização, atingindo a mediatização máxima na sua vertente paleontológica, com os conhecidos icnofósseis (pegadas localizadas em Carenque e no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros – Pedreira do Galinha) e ovos de dinossaurios da Lourinha, bem como os somatofosseis (restos esqueléticos de Pombal, Lourinha, Bombarral, Torres Vedras). Algumas pistas de pegadas estão entre as mais importantes do legado iconológico a nível mundial. Salienta-se ainda a classificação em 2006, pela UNESCO, do primeiro Geoparque português – Naturtejo.
Estas e outras heranças revelam a historia da Terra e da própria vida, constituindo arquivos que o Geólogo aprendeu a decifrar. Alguns destes "documentos" são tao frágeis e tao raros, que urge protegê-los das ameaças externas de forma a perpetuarem a sua história ao longo das gerações.
Uma vez que existem ameaças a Giodiversidade, torna- se urgente criar, e por em pratica, medidas que identifiquem os monumentos geológicos e garantam a sua conservação. Surge assim, o conceito de Geoconservação, inserido na definição de conservação que e natural. Este termo engloba um conjunto de estudos, acções, intervenções, politicas e legislação, referente aos processos e produtos geológicos e geomorfológicos e a manutenção da Giodiversidade.
´ O acto de proteger e conservar algo justifica se porque lhe e atribuído algum valor, seja ele económico, cultural sentimental ou outro” (Brilha, 2005). Segundo o mesmo autor a Geodiversidade englobando os tipos de recursos geológicos, num sentido mais restrito, entende apenas a conservação de certos elementos da Geodiversidade que evidenciem qualquer tipo de valor que se sobreponha a média.
E com intuito de protecção dessa Giodiversidade que varias acções tem sido implementado em nível global/nacional – Portugal, pois faz parte das preocupações da comunidade cientifica o desaparecimento dos elementos patrimoniais, pelo seu caracter irrecuperável apos a sua detioração.
O IGM (Instituto Geológico e Mineiro) lançou em 1998, o projecto “Geologia para todos” por ocasião das comemorações dos 150 anos da 1 Comissão Geológica, que previa a excursão no terreno destinadas, principalmente a despertar no grande público o interesse pela geologia. Este projecto acabou por estar na origem da “ Geologia no Verão” patrocinado pela programa Ciência Viva. Lei portuguesa consagra e permite a classificação dos sítios com um certo valor geológico. A Constituição da Republica Portuguesa no seu artigo 66, declara que incumbe ao Estado, por meio de organismos próprios e a participação dos cidadãos: criar e desenvolver reservas e parques naturais e de recreio, bem como classificar e proteger paisagens e sítios, de modo a garantir a conservação da natureza e a preservação de valores culturais de interesse histórico ou artístico. Como resposta a esse dinamismo, o Grupo Português da ProGeo instituiu “Premio Geoconservação atribuída em 2004 a autarquia de Idanha-a-Nova, pelo seu projecto de valorização do património Geológico.
Além de desenvolvimento de metodologias e legislação específica para geoconservação um outro aspecto importante e o desenvolvimento de actividades compatíveis com a protecção do património geológico que tem um grande potencial para a conservação do património geológico por meio de actividade de protecção e educação patrimonial
O termo geoturismo passou a ser comumente utilizado a partir de 1990. Pode ser entendida como um segmento da actividade turística, tem como principal atractivo os elementos da geodiversidade (Brilha, 2005) e uma forma de turismo sustentável que pode contribuir para o desenvolvimento económico de muitas regiões, respeitando os critérios de sustentabilidade (Araújo, 2005). 
FONTES:
Brilha, J. (2005); Património Geológico e Geoconservação A conservação da Natureza na sua vertente geológica; Palimage; Braga; 190 p. disponível em http://www.dct.uminho.pt/docentes/pdfs/jb_livro.pdf
Medeiros, Wendson.D.A.; Oliveira, Oliveira, Frederico. G.F Geodiversidade,  Geopatrimonio e Geoturismo em Currais Novos, Fortaleza, v. 10, n.23, p. 59-69, set/dez.2011.
 Peixoto, Luciana. J. S. O Património Geomorfológico Glaciário do Parque Nacional da Peneda Geres: Proposta de Estratégia de Geoconservação. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Património Geológico e Geoconservação) Universidade do Minho, 2008.
Ramalho, Miguel. M - Património Geológico Português-importância cientifica, pedagógica e socio - económica, Associação Portuguesa de Geologia Geonovas n 18, PP. 5 a 12, 2004, disponível em: http:// cienciaviva.pt/img/upload?upload/património%20portu%C3%AAs _Ramlho.pdf, acesso em 04/06/2012, as 19:24


martes, 15 de mayo de 2012

AMECAS A GEODIVERSIDADE


A geodiversidade é vulnerável a diversas ameaças em diferentes escalas e intensidades, em sua maioria provocada pelas actividades antrópicas tais como a construção de infra-estruturas como estradas, barragens e urbanização, exploração indiscriminada dos recursos geológicos, ocupação desordenada de áreas de risco, extensas áreas desmatadas, muitas vezes associadas a agricultura monocultura, actividades turísticas desregradas, pirataria e comércio de amostras geológicas (fósseis e minerais preciosos) para fins não científicos e a falta de conhecimento sobre a importância da geodiversidade para a sociedade constitui um grande obstáculo para a geoconservação (GRAY, 2004) (AZEVEDO, 2007).
Segundo Burek e Prosser (2004), é evidente que se precisa saber mais sobre a geodiversidade, para que talvez um “livro vermelho de geodiversidade” não seja estabelecido para estar ao lado de um equivalente em biodiversidade, que enumera as espécies raras ou ameaçadas de extinção, necessitando, portanto, de conservação.
“O património geológico não é renovável, uma vez destruído não se regenera mais e uma parte da memória do planeta é perdida para sempre” (AZEVEDO, 2007).
Existe uma tendência em pensar os elementos da biodiversidade como mais frágeis e vulneráveis às ameaças, especialmente as provocadas pelas actividades humanas, enquanto a geodiversidade é vista como robusta, estável e livre de qualquer perturbação antrópica. Esta é uma simplificação grosseira, pois muitas das ameaças à geodiversidade são comparáveis aos que a biodiversidade enfrenta.


Estratégias de Geoconservação



ma vez que existem ameaças à Geodiversidade, torna-se urgente criar, e por em pratica, medidas que identifiquem os monumentos geológicos e garantam a sua conservação. Surge assim, o conceito de Geoconservação, inserido na definição de conservação do que é natural. Este termo engloba um conjunto de estudos, acções, intervenções, politicas e legislação, referente aos processos e produtos geológicos e geomorfológicos e á manutenção da Geodiversidade.
“O acto de proteger e conservar algo justifica-se porque é atribuído algum valor, seja ele económico, cultural, sentimental ou outro” (BRILHA, 2005). Segundo o mesmo autor a geoconservação, em sentido amplo, tem como objecto a utilização e gestão sustentável de toda a Geodiversidade, englobando todos os tipos de recursos geológicos; num sentido mais restrito, entende apenas a conservação de certos elementos da Geodiversidade que evidenciem qualquer tipo de valor que se sobreponha à média.
Valor + ameaça = necessidade de conservação
Brilha (2005), define estratégias de geoconservação como sendo concretização de uma metodologia de trabalho que visa sistematizar as tarefas no âmbito da conservação do património geológico de uma área, que emcontra-se agrupado em etapas sequentes:
  •               Inventariação – que consiste no levantamento sistemático dos geossitios após ser feito um reconhecimento de toda a área de estudo, sendo seleccionados apenas aqueles que apresentam características excepcionais. Fase essa em que cada geossitio deve ser mapeado, fotografado e descrito.
  •                  Quantificação – considerado por alguns autores como sendo a etapa mais difícil pela dificuldade em dar valores, estabelecendo qual geossitio é o mais importante.
  •           Classificação – que consiste no enquadramento do património geológico às leis para sua conservação, gestão e monitorização (LIMA, 2008). Quando há desinteresse do poder publico no enquadramento do património geológico em área legalmente protegida, a alternativa é a adoção de estratégias de educação ambiental possibilitando o seu uso sustentável.
  •  A valorização e divulgação dos geossitios são etapas importantes que, quando mal planejados podem levar á degradação do mesmo. A valorização precede a divulgação e consiste no investimento de instrumentos que valorizem o geossitio, como dota-lo de informações de meios interpretativos para que o público reconheça a sua importância. A valorização in situ do património geológico ira dota-lo de maior importância. A interpretação deve ser feita da forma mais simples de modo que sensibilize o público leigo. Quando menor for o nível de cultura geológica, mais difícil sera sensibilizar o cidadão comum a questões relativas ao património geológico e consequentemente a sua conservação (Fonseca, 2009). A divulgação so pode ser realizada a partir da concretização das estratégias de valorização. Ela consiste na difusão dos geossitios e ampliação de seu acesso a sociedade. Esta etapa deve ser bem planejada e estruturada e deve ser adaptada de acordo com as características excepcionais e nível de vulnerabilidade de cada geossitio (Lima, 2008).
  •      O monitoramento, etapa final, tem como objetivo analisar a evolução da conservação do geossítio. Permite avaliar e orientar medidas de gestão auxiliando inclusive na definição de políticas ambientais (LIMA, 2008). Brilha (2005) recomenda que cada geossítio deve ter sua estratégia de conservação devido às suas particularidades e que o monitoramento deve ser feito no mínimo anualmente. O monitoramento do geossítio permitirá a manutenção de sua relevância (NASCIMENTO; AZEVEDO; MANTESSO-NETO, 2008).
Os esforços envidados durante as ultimas décadas, em matéria de geoconservação, foram compensados com a adopção da resolução sobre conservação do património geológico e da geodiversidade, durante o IV Congresso Mundial de Conservação (IUCN), realizado em Espanha, no mês de Outubro de 2008, que marcou uma nova viragem no capitulo da conservação da Natureza, acreditando que as acções conservacionistas jamais subestimarão a componente abiótica em detrimento da componente biótica. Tendo em consideração que os elementos abióticos que constituem património geológico, contrariamente aos bióticos, não têm capacidade de renovação, uma vez que quando destruídos são irrecuperáveis à escala de tempo humana, maior ainda se torna a necessidade de os conservar. Conforme argumenta Sharpes (2002), os valores atribuídos às paisagens, sistemas e processos geológicos que ocorrem na Terra são considerados, pelo Homem, o nosso “Património”. Isto constitui a razão fundamental pela qual se justifica a geoconservação.  

 

Fontes:   BRILHA, J. (2005); Patrimonio Geologico e Geoconservacao – Aconservacao da Natureza na sua vertente geologica; Palimage; Braga;
           GRAY, M. (2004); Geodiversity,valuing and conserving abiotic nature John Wiley & Sons,Lta, England.
             SHARPES, C. (2002).Concepts and principles of geoconservation.Tasmanian Parks and Wildlife Service.

http://www.iutus.org/pdfs/Presentacion-del-Prof_Lucio_Cunha.pdf

VALOR DA GEODIVERSIDADE




Pereira (2010) define geodiversidade como o conjunto de elementos abióticos da Terra, incluindo os processos físico-químicos associados, as geoformas, rochas, minerais, fósseis e solos, formados a partir da interacção entre os processos externos e internos da Terra e que são dotados de valores intrínseco, científico, turístico e de uso/gestão.
Segundo Sharples (2002) geodiversidade é a diversidade de características, conjuntos, sistemas e processos geológicos (substrato), geomorfológicos (formas de paisagem) e de solo, dotados de valores intrínsecos, ecológicos e antropocêntricos. A definição adoptada pela autora inglesa atingiu uma maior divulgação, visto que o texto em inglês possibilitou um maior acesso à publicação e ela ainda ressaltou a importância de se diferenciar património geológico de geodiversidade; conceitos parecidos e que são algumas vezes utilizados erroneamente como sinónimos.
Brilha (2005) define património geológico como o conjunto de geossítios de uma determinada região, ou seja, locais bem delimitados geograficamente, onde ocorrem um ou mais elementos da geodiversidade com singular valor do ponto de vista científico, pedagógico, cultural e turístico.
Património geológico também pode ser entendido como o conjunto de recursos naturais não-renováveis, de valor científico, cultural ou educativo, que permite conhecer, estudar e interpretar a história da evolução geológica da Terra e os processos que a modelaram (Sharples, 2002).
Segundo Burek e Prosser (2008) os seres humanos, desde o início de sua história na Terra têm se apropriado da diversidade do mundo físico e desta forma, alguns locais adquirem mais importância do que outros sejam por suas rochas, por algumas culturas se desenvolverem melhor sobre determinados tipos de solos, ou pela localização de cursos d’água e há ainda algumas formas de relevo ao qual se atribuem algum tipo de valor espiritual.

Desta forma, determinados locais, devido às especificações de seu uso, acabam por adquirirem valores diferenciados. Em virtude da necessidade de conservar e gerenciar os recursos físicos do planeta, diversos autores vêm discutindo acerca dos valores que eles possuem na natureza, neste propósito Gray (2004) propõe um arquétipo com seis categorias de valores para a Geodiversidade:

·        Valor intrínseco – valor subjectivo e de difícil quantificação, porque envolve perspectivas filosóficas, éticas e religiosas. Constitui uma rejeição da visão antropocêntrica de que nada é de um valor a menos que seja de utilidade directa para os humanos e implica que as coisas não precisam necessariamente da aprovação do homem para justificar a sua existência (SHARPLES, 2002);

·        Valor cultural - concebido quando há uma ligação muito forte entre o homem e seu desenvolvimento local social, cultural e religioso. É o valor atribuído pelas sociedades em alguns aspectos do ambiente físico em virtude do seu significado social (BRILHA, 2005). “As sociedades primitivas muitas vezes explicam a origem da formação das rochas ou relevo em termos de forças sobrenaturais” (GRAY, 2004);

·        Valor estético – subjectivo e de difícil quantificação, porque o conceito de “belo” varia de pessoa para pessoa (Brilha, 2005);

·        Valor económico – o mais objectivo e de fácil quantificação, uma vez que a sociedade já está habituada a dar valores aos bens e serviços utilizados. As sociedades humanas sempre dependeram dos minerais metálicos e não - metálicos para a sua sobrevivência (BRILHA, 2005). A dependência se dá principalmente nos campos energético, da obtenção de matérias - prima e da implantação de ocupação humana (NASCIMENTO; AZEVEDO; MANTESSO-NETO, 2008);

·        Valor funcional -  reconhece o valor da geodiversidade em seu local de origem, ao contrário do valor económico, que só confere valor à geodiversidade após ela ser explorada (BRILHA, 2005). O valor funcional tem sido raramente discutido na conservação da natureza, mas é claro que solos, sedimentos, relevo e rochas têm um papel funcional de sistemas ambientais físico e biológico. Por sua vez podemos reconhecer duas subdivisões de valores funcionais: a primeira é o valor utilitário da geodiversidade in situ, ao contrário do valor extraído; e o segundo, refere-se ao valor funcional no fornecimento de substratos essenciais, habitats e processos abióticos que mantêm os sistemas físicos e ecológicos da superfície da Terra (GRAY, 2004);

·        Valor científico/educacional – está relacionado à educação em Ciências da Terra e pode ocorrer tanto direccionado ao público formal (ensino básico e superior) quanto ao público informal (não escolar) (NASCIMENTO; AZEVEDO; MANTESSO-NETO, 2008). Em virtude da importância de tais valores, Sharples (2002) afirma que a geodiversidade é importante, pois inclui muitos recursos e processos de valores significativos que são sensíveis à perturbações e que, em áreas sujeitas a actividades humanas podem ser facilmente degradadas se não forem bem manejadas. Além disso, muitos elementos da geodiversidade são fósseis ou possuem características que são insubstituíveis. Há que incutir no senso comum que o substrato geológico é a sustentação de todos os organismos vivos. Dependemos dele para nossa sobrevivência e foi ele que condicionou a evolução da humanidade. Este tipo de mensagem não deverá ter conteúdo eclético, mas suficientemente objectivo e prático de modo a atingir todos os estratos culturais e etários (FONSECA, 2009).

 
Fonte : BRILHA, J. (2005); Patrimonio Geologico e Geoconservacao – Aconservacao da Natureza na sua vertente geologica; Palimage; Braga;
          http://www.pesquisasemgeociencias.ufrgs.br/3801/01-3801.pdh, acesso  em  13/05/2012
          http://www.progeo.pt/pfs/Silva_2006.pdf, acesso  em13/05/2012




lunes, 7 de mayo de 2012


GEODIVERSIDADE – CONCEITOS

O termo geodiversidade foi utilizado pela primeira vez durante a Conferencia Internacional de Malvern, Reino Unido sobre conservação Geológica e Paisagística, realizada em 1993.

Para Royal Society for Nature Conservations do Reino Unido a Geodiversidade consiste na variedade de ambientes geológicos, fenómenos e processos, que dão origem às paisagens, rochas, minerais, fósseis e solos, que são o suporte para a vida na terra.

Kozlowski 8 2004) define a geodiversidade como a “ variedade natural da superfície terrestre, envolvendo os seus geológicos e geomorfológicos, solos, águas superficiais, bem como todos os demais sistemas resultantes de processos naturais ( endógenos e exógenos ) ou antrópicos.

Bruschi (2007) define geodiversidade como sendo: “ a diversidade de ambientes geológicos que constitui a base e o substrato para a biodiversidade e os ecossistemas”.

 Sharples (2002) define geodiversidade como a “gama (ou diversidade) de arranjos, processos e sistemas geológicos (substrato), geomorfológicos (geoformas) e pedagógicos, dotados de valores intrínsecos, ecológicos e antropocêntricos”.


Para Nieto (2001) “ a Geodiversidade consiste no numero e variedade de estruturas (sedimentos, tectónicas, geomorfológicas, hidrogeológicas e petrológicas) e de materiais geológicos (minerais, rochas, fosseis e solos), que constituem o substrato físico e natural de uma região, sobre o qual se assenta a actividade orgânica, incluindo-se a antrópica”

Em 1991, em França realizou-se o primeiro Simpósio Internacional sobre a protecção do património Geológico. Período que ficou marcado pelo desapontar de uma consciência para a necessidade de protecção do que se convencionou chamar de património geológico – a geoconservação., que justifica-se pelo facto do património geológico possuir um conjunto diversificado de valores que encontram ameaçados por factores antrópicos e naturais.

Sendo o património geológico constituído pelos elementos notáveis da geodiversidade é um recurso natural, não renovável, cujo conhecimento sistemático é ainda escasso na maior parte dos países, com grande consequência para a sua conservação e gestão. A sua identificação deve obedecer a critérios científicos. Neste sentido tem de ser a comunidade geológica de cada países, a definir por consenso, os temas ou categorias mais relevantes da geodiversidade nacional.

O património geológico tem vários tipos de interesses entre os quais -  PEDAGÓGICO que é crucial para a sensibilização e formação de alunos e professores de todos os níveis de ensino; TURÍSTICO que é importante na promoção da geologia junto do publico não especialista, contribuindo para o desenvolvimento sustentado das populações locais. A experiencia dos Geoparques em diversos países, com o reconhecimento da Unesco, tem demonstrado que o património geológico pode ser o motor para a promoção da geologia e do bem-estar sócia.

Fonte:
Bruschi, V. M.. -2007- Desarrollo de uma metodologia para la caracterizacion, evalucion y gestión de los recursos de la geodiversidad. Tesis Doctoral - Universidad de Cantabria. Santander Espa~~a. 263p.
Kozlowski S. 2004- Geodiversity. The concept and scope of geodiversity. Przeglad Geologiczny, vol. 52, no 8/2, p.833-837.
Nieto L.M- 2001- Geodiversidad propuesta de uma definiciom integradora. Boletin Geologico y Minero - Espanaã, Vol 112, nº2, p. 3-12.
Sharpes, C. 2002- Concepts and principles of geoconservation. Published electronically on the Tasmanian Parks & Service Website

viernes, 20 de abril de 2012





AMEAÇAS À BIODIVERSIDADE



Desde o inicio da vida na Terra, inúmeras espécies são extintas por uma enorme gama de acontecimentos. As causas, segundo a Convençao sobre a Diversidade Biologica sâo atribuidas: 

Espécies  exóticas - que são plantas, animais ou micro organismos introduzidos fora da sua distribuiçao geografica natural, por ações antrópicas, que podem alterar o habitat local, tornando-o hostil às espécies nativas. A forma mais comum da sua introdução é através da água de lastro de navios.Um exemplo é o mexilhão-zebra, que consume o plâncton, principal alimento de muitos peixes.



Poluição de solo e dos rios  - os poluentes muitas vezes são levados pelas corentes aquáticas  e atmosféricas conduzidas para o ecossistemas naturais, afetando-o negativamente, amaceando a saude das especies, contribuindo  para a destruição da biodiversidade.




Comércio ilegal de especies  -  em muitos paises o comércio de espécies pode ate estimular a economia, porém a sua comercialização pode ameaçar a sua sobrevivencia. Muitas das  especies são comerlizados  por fins médicos; para coleções e como animais de estimação.  




Exploração excessiva de recursos naturais - Segundo os dados da divisao de população das nações unidas, a população mundial deve chegar a 7.5 bilhões, em 2020. O "sucesso" do crescimento demografico se deu a custa de uma grande pressão sobre o meio ambiente, com aumento de gases poluentes, redução de reservas  de recursos naturais e a diminuição da biodiversidade. Para que a humanidade aumentasse em tamanho e em nivel de consumo, muitas especies de plantas e animais pagaram com a propria extinção.  



Mudanças climáticas - têm um impacto significarivo sobre a biodiversidade, causando a extinção de especies e a destruição de hatitats. Algumas especies se mudarão para areas mais adequadas, interagindo assim com novas especies, outras desaparecerão.



Fontes:     http://www.mundojovem.com.br/artigo-biodiversidade.php, consultado em 14/04/2012
                http://www.enciclopedia.com.pt/articles.php?article_id=622, consultado em 19/04/2012
               http://www.akatu.org.br/Temas/Sustentabilidade/Posts/Cinco-bilhões-de-habitantes-em -70-
anos, consultado em 20/04/2012, em 21.30.
              http://www.brasilescola.com.br/

domingo, 1 de abril de 2012

 

CONCEITO DE BIODIVERSIDADE


 

Biodiversidade ou diversidade biológica (grego bios, vida) é a diversidade da natureza viva.


 

A palavra Biodiversidade foi usada pela primeira vez pelo entomologista E. O. Wilson em 1986, num relatório apresentado ao primeiro Fórum Americano sobre a diversidade biológica, organizado pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos EUA (National Research Council, NRC), a partir dai o conceito adquiriu largo uso entre ambientalistas, biólogos, líderes políticos e cidadãos conscientizados no mundo todo. Este uso coincidiu com o aumento da preocupação com a extinção, observado  últimamente.


 

Refere-se à variedade de formas de vidas no planeta Terra, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna, de fungos macroscópicos e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos.


 

A Biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa (equitabilidade) dessas categorias. E inclui variabilidade ao nível local (alfa diversidade), complementariedade biológica entre habitats (beta diversidade) e variabilidade entre paisagens (gama diversidade). Ela inclui, assim, a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e seus componentes.


 

Ela é responsável por garantir o equilíbrio dos ecossistemas, do mundo todo, já que a espécie humana depende da biodiversidade para sobreviver. Ironicamente a principal ameaça à biodiversidade é a ação humana, através das queimadas, dos desmatamentos e as alterações no clima e no ecossistema. O dano causado à biodiversidade prejudica não somente as espécies que habitam naquele local, mas prejudica muito a rede de relações entre as espécies e o meio onde vivem.


 

FONTES:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Biodiversidade, consultado em 31/03, as 21:03
http://www.suapesquisa.com/pesquisa/biodiversidade.htm, consultado em 31/03, as 23.40
http://www.oeco.com.br/blogs?start=20, consultado em 01/04, as 23:07