viernes, 8 de junio de 2012

PATRIMONIO GEOLOGICO PORTUGUES
GEOCONSERVACAO GEOTURISMO



Nieto (2002) define que o património geológico representa todos aqueles recursos, não renováveis, incluindo formações rochosas, estruturas e pacotes sedimentares, forma de relevo e paisagens, jazimentos minerais e/ou cientifico, cultural ou recreativo. Assim sendo, a definição do património geológico de uma região não e um trabalho puramente descritivo, mas e fruto de um levantamento geológico exaustivo da área, seguido da valorização e comparação com dados similares de outros locais. A partir desta comparação, poderá se avaliar o caracter local regional ou global do património catalogado
Diante disto, a inventariação da geodiversidade de um determinado sítio constitui o primeiro passo para a definição do seu património geológico, que devera ser o objecto da geoconservação.
Apesar da área emersa do território português ser relativamente reduzida é grande a sua diversidade geológica (geodiversidade) e pode ser caracteriza nos seguintes conjuntos:
Ø  As bacias sedimentarem mesozóicas (Lusitânica e Algarve), onde se depositaram calcários, margas e arenitos, de ambientes marinhos de plataforma a fluviais, excepcionalmente fossilíferas, tendo nomeadamente revelado uma grande riqueza em fosseis de dinossauro (ossos e pegadas). De salientar também, os fenómenos cársicos que se observam regiões calcarias, e que se deveram durante o quaternário.
Ø  Os 3 maciços magmáticos do final do Cretácico Sintra, Sines e Monchique, cuja instalação foi acompanhada por intenso vulcanismo sub – aéreo (Lisboa).
Ø  As formas dunares, moveis e consolidadas, terraços marinhos e fluviais, aluviões e areias de praia do Quaternário, bem como vestígios da glaciação Wurm( Serras da Estrela e Gerês).
Ø   O Soco antigo, constituído essencialmente por rochas quer magmáticas, em especial granitos, quer metassedimentares, do precambrico Superior ao carbónico, profundamente afectadas pela Orogenia Hercínia.
Ø  As bacias cenozóicas do Tejo e Sado, de fáceis marinham a continentais, por vezes com ricas faunas de vertebrados.
O inventariado do património geológico português deu-se com a elaboração, por parte da Associação Portuguesa e da Liga para a Protecção da Natureza, do projecto “ Património Geológico de Excepcional Interesse de Portugal”, que teve como principal objectivo, reunir informações dispersas por Serviços Centrais e Universidades, tratando-as de forma coerente e visando a proposta de classificação. O trabalho foi levado adiante pelo Instituto de Geoconservação da natureza (IGN), que em colaboração com Instituto Geológico e Mineiro (IGM), iniciou a divulgação do Património Geológico que ocorre em espaços protegidos.
Actualmente verifica se uma tendência internacional de crescimento da importância dada a Geoconservação. Esta surge na recomendação do conselho da Europa sobre a Conservação do património Geológico e de áreas de especial interesse geológico (Recommendation Rec (2004) 3 – on conservation of the geological heritage and áreas of special geological interest in Brilha 2005).
            O Património Geológico (PG) Português tem vindo gradualmente a adquirir um determinado estatuto no contexto nacional, através do seu conhecimento, divulgação e valorização, atingindo a mediatização máxima na sua vertente paleontológica, com os conhecidos icnofósseis (pegadas localizadas em Carenque e no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros – Pedreira do Galinha) e ovos de dinossaurios da Lourinha, bem como os somatofosseis (restos esqueléticos de Pombal, Lourinha, Bombarral, Torres Vedras). Algumas pistas de pegadas estão entre as mais importantes do legado iconológico a nível mundial. Salienta-se ainda a classificação em 2006, pela UNESCO, do primeiro Geoparque português – Naturtejo.
Estas e outras heranças revelam a historia da Terra e da própria vida, constituindo arquivos que o Geólogo aprendeu a decifrar. Alguns destes "documentos" são tao frágeis e tao raros, que urge protegê-los das ameaças externas de forma a perpetuarem a sua história ao longo das gerações.
Uma vez que existem ameaças a Giodiversidade, torna- se urgente criar, e por em pratica, medidas que identifiquem os monumentos geológicos e garantam a sua conservação. Surge assim, o conceito de Geoconservação, inserido na definição de conservação que e natural. Este termo engloba um conjunto de estudos, acções, intervenções, politicas e legislação, referente aos processos e produtos geológicos e geomorfológicos e a manutenção da Giodiversidade.
´ O acto de proteger e conservar algo justifica se porque lhe e atribuído algum valor, seja ele económico, cultural sentimental ou outro” (Brilha, 2005). Segundo o mesmo autor a Geodiversidade englobando os tipos de recursos geológicos, num sentido mais restrito, entende apenas a conservação de certos elementos da Geodiversidade que evidenciem qualquer tipo de valor que se sobreponha a média.
E com intuito de protecção dessa Giodiversidade que varias acções tem sido implementado em nível global/nacional – Portugal, pois faz parte das preocupações da comunidade cientifica o desaparecimento dos elementos patrimoniais, pelo seu caracter irrecuperável apos a sua detioração.
O IGM (Instituto Geológico e Mineiro) lançou em 1998, o projecto “Geologia para todos” por ocasião das comemorações dos 150 anos da 1 Comissão Geológica, que previa a excursão no terreno destinadas, principalmente a despertar no grande público o interesse pela geologia. Este projecto acabou por estar na origem da “ Geologia no Verão” patrocinado pela programa Ciência Viva. Lei portuguesa consagra e permite a classificação dos sítios com um certo valor geológico. A Constituição da Republica Portuguesa no seu artigo 66, declara que incumbe ao Estado, por meio de organismos próprios e a participação dos cidadãos: criar e desenvolver reservas e parques naturais e de recreio, bem como classificar e proteger paisagens e sítios, de modo a garantir a conservação da natureza e a preservação de valores culturais de interesse histórico ou artístico. Como resposta a esse dinamismo, o Grupo Português da ProGeo instituiu “Premio Geoconservação atribuída em 2004 a autarquia de Idanha-a-Nova, pelo seu projecto de valorização do património Geológico.
Além de desenvolvimento de metodologias e legislação específica para geoconservação um outro aspecto importante e o desenvolvimento de actividades compatíveis com a protecção do património geológico que tem um grande potencial para a conservação do património geológico por meio de actividade de protecção e educação patrimonial
O termo geoturismo passou a ser comumente utilizado a partir de 1990. Pode ser entendida como um segmento da actividade turística, tem como principal atractivo os elementos da geodiversidade (Brilha, 2005) e uma forma de turismo sustentável que pode contribuir para o desenvolvimento económico de muitas regiões, respeitando os critérios de sustentabilidade (Araújo, 2005). 
FONTES:
Brilha, J. (2005); Património Geológico e Geoconservação A conservação da Natureza na sua vertente geológica; Palimage; Braga; 190 p. disponível em http://www.dct.uminho.pt/docentes/pdfs/jb_livro.pdf
Medeiros, Wendson.D.A.; Oliveira, Oliveira, Frederico. G.F Geodiversidade,  Geopatrimonio e Geoturismo em Currais Novos, Fortaleza, v. 10, n.23, p. 59-69, set/dez.2011.
 Peixoto, Luciana. J. S. O Património Geomorfológico Glaciário do Parque Nacional da Peneda Geres: Proposta de Estratégia de Geoconservação. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Património Geológico e Geoconservação) Universidade do Minho, 2008.
Ramalho, Miguel. M - Património Geológico Português-importância cientifica, pedagógica e socio - económica, Associação Portuguesa de Geologia Geonovas n 18, PP. 5 a 12, 2004, disponível em: http:// cienciaviva.pt/img/upload?upload/património%20portu%C3%AAs _Ramlho.pdf, acesso em 04/06/2012, as 19:24


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